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A escuridão

Pode me chamar de antiquado, mas Counter-Strike ainda é, de longe, o meu jogo favorito.
Tarde da noite, sozinho no dormitório, jogando até as três da manhã, com volume no máximo. É isso aí, assim que eu gosto. E hoje não seria diferente.
Eu liguei meu MacBook Pro. A tela brilhante refletiu direitinho meu quarto estreito e comprido. Todos os dormitórios eram feitos pra apenas uma pessoa, então eu estava sempre sozinho. Meu notebook estava posicionado em cima da mesa, na parede oposta à porta.
Mas nessa noite, enquanto navegava na internet, um amigo meu subitamente me mandou uma mensagem pelo facebook.
“Ei cara! Dá uma olhada nesse mapa de CS! (Link para download)”, Kevin me disse.
Como ele era um viciado em Counter-Strike que nem eu, eu abri o link. O mapa era chamado de “A Escuridão”. Com a minha internet de 10Mb, fiz o download em um instante. Empolgado, abri o CS imediatamente pra testar o mapa. Selecionei a boa e velha partida de 5 contra 5.
O mapa, fazendo jus ao nome, tinha muitas áreas escuras. Era ambientado na madrugada, com apenas o reflexo pálido do céu noturno e algumas lâmpadas iluminando o lugar. Paredes de pedra delimitavam cada corredor, que eram cheios de vinhas longas e esverdeadas. Corredores escuros e túneis serpenteavam pelo centro do mapa.
Ao redor do centro havia uma área elevada, perfeita para usar o rifle sniper em jogadores desavisados, atirando por buracos no teto dos túneis. Pontes também mantinham o mapa interessante, cruzando os arredores de ponta a ponta.
“A Escuridão” parecia não ter nada de especial. Havia duas formas de matar jogadores nesse mapa: a primeira, que eu gosto de chamar de método “bunda-mole”, era acampar com o rifle nas áreas elevadas. Era quase fácil demais, porque as trevas te davam praticamente camuflagem automática. Dava pra acumular uma tonelada de “kills” rapidinho.
A próxima zona era uma parte mais interessante do mapa, que se passava no labirinto de túneis, no centro. Era perfeita para ataques surpresa ou mortes nas esquinas.
Como de costume, eu acumulei mais da metade dos pontos do meu time nos primeiros rounds, mesmo enquanto trocava entre os dois modos de jogo.
Foi a partir do 5º round que eu comecei a perceber algumas coisas
Uma vez, enquanto eu circulava pelo mapa, comecei a escutar alguns estalos. Não eram nada parecidos com os ruídos que eu geralmente escuto nos mapas do CS. E os passos de alguns jogadores também começaram a soar diferentes. Ao invés do baque surdo dos coturnos militares, eu ouvia rangidos metálicos, mesmo quando parecia que não tinha ninguém por perto.
Então eu notei um personagem extra no mapa.
Enquanto estava na área elevada, uma figura suspeita apareceu nas florestas, no limite do mapa. Era impossível subir ali. Curioso, eu dei zoom com minha mira, mas a figura humanóide tinha sumido.
No round seguinte, a figura apareceu novamente. Dessa vez, ele estava apenas a alguns passos de distância, então pude olhar melhor pra ele. O cara usava um sobretudo marrom, até os joelhos, todo abotoado. Um par de calças da mesma cor completava seu figurino antiquado.
A única coisa mais intrigante do que as roupas dele, era seu rosto. Ele tinha olhos negros e redondos, com um olhar vazio direto pra mim. Um sorriso sinistro acompanhava o conjunto, mas o homem parecia não ter lábios. Uma cor acinzentada cobria o resto o resto do rosto do homem.
Assim como eu faço com qualquer adversário que encontro, atirei nele. Uma bala atrás da outra, mirando direto no corpo magro, de cerca de 1.80 de altura. Parecia que as balas não surtiam nenhum efeito. Antes que eu pudesse tentar outro meio de matá-lo, outro jogador me matou.
Uau! Esse mapa tinha algo especial no final das contas. Um personagem extra, quase impossível de matar? Uma onda de empolgação me atingiu como nunca antes, como se fosse a primeira vez que eu colocava as mãos nesse jogo.
Eu passei um bom tempo dos round seguintes tentando encontrar e matar esse personagem, mesmo que isso significasse diminuir minhas estatísticas no jogo. Eu notei que o homem só aparecia em lugares escuros, de forma aleatória ao redor do mapa.
Muitas das vezes ele ficava brincando comigo. Quando eu corria até ele, ele ficava parado, mas eu não conseguia me aproximar. Em outras ocasiões, enquanto eu atirava nele, o cara se contorcia e sacudia violentamente, como se milhares de balas o atingissem ao mesmo tempo. Mas uma coisa permanecia sempre igual: eu nunca conseguia matá-lo.
Já devia ter passado uma ou duas horas, e eu estava começando a ficar com sono. Tentar matar o homem misterioso tinha se tornado um esforço chato e inútil. Foi bem divertido enquanto durou, então fechei o jogo. Fechando em 3...2…1… e o monitor do meu computador desligou.
Mas algo permaneceu na tela. A mesma figura sombria vestindo marrom estava parada no canto direito. Meu Macbook agora estava dando defeito?
Então a figura chegou mais perto, e mais perto, e mais perto. Agora, sua face cinzenta, com órbitas oculares vazias e sorriso sinistro, ocupava a maior parte do monitor. Então eu percebi.
Eu estava olhando para o reflexo da tela.
fonte:Creepy Traduções
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